Marca detida pelo The Edge Group tem nova imagem, regressa às
lojas no Natal e prepara loja online. Internacionalização começa em Espanha em
2017.
A imagem clássica inspirada no tangram mantém-se, tal como as
cores características da Majora, fundada há 75 anos por José de António
Oliveira. Mas há uma pequena diferença entre o logotipo antigo e o novo,
apresentado nesta quarta-feira em Lisboa pelo The Edge Group, que comprou o
espólio da empresa de brinquedos em 2014. Em vez de um menino a jogar à bola
sozinho há, agora, dois personagens que interagem. A nuance tem um propósito:
passar a mensagem de que brincar é essencial para as relações entre família e
amigos.
O regresso às lojas, anunciado no final do ano passado, vai
concretizar-se no Natal com o lançamento de 33 jogos, entre 22 novas criações e
relançamentos de 11 velhos clássicos, como o Sabichão. O investimento com a
mudança de marca foi de cem mil euros e a empresa espera faturar um milhão de
euros no final do primeiro ano de presença de mercado.
“Vamos ter novos jogos de tabuleiro e uma nova linha que,
este ano, vai ter apenas alguns produtos mas que vamos querer expandir para o
próximo ano. Trata-se de jogos ao ar livre, que promovem a motricidade da
criança”, explica Catarina Jervell, diretora da Majora. A produção de
conteúdos, criação de jogos e a impressão ficam a cargo de empresas e
instituições externas – a fábrica original no Porto encerrou em Março de 2013.
No caso da conceção de produto, a ideia foi recorrer a entidades “que
enriquecessem os clássicos da Majora”, como é o caso do Planetário Calouste
Gulbenkian ou da Ordem dos Biólogos. Já o fabrico propriamente dito será feito
com recurso a gráficas nacionais e estrangeiras. “Não foi difícil encontrar
fornecedores nacionais e surpreendeu-nos a flexibilidade e vontade de abraçar
um novo desafio”, conta Catarina Jervell, que desde Setembro assumiu a
liderança da empresa de brinquedos.
A Majora conseguiu manter-se nas prateleiras mesmo depois de
encerrada a fábrica graças ao elevado stock, mas sem novidades no mercado. Além
do planeado regresso ao retalho no Natal de 2016 (a época do ano em que se
vendem mais brinquedos), a empresa espera abrir uma loja online no último
trimestre. “A nossa estratégia digital está em desenvolvimento e iremos dar
prioridade à loja online, estamos a desenvolver os conteúdos e estará preparada
em várias línguas. Por enquanto vamos ter os jogos apenas em português”,
detalha Catarina Jervell.
A internacionalização está nos planos, mas para 2017. Os
mercados de língua oficial portuguesa serão um cliente natural, mas numa
primeira fase a intenção é expandir a Majora para Espanha. “Iniciaremos a
exportação em 2017, mas quanto à internacionalização, gostaríamos de começar no
início do próximo ano e Espanha será o primeiro passo. O facto de termos
parcerias com entidades internacionais permite, desde logo, dar a conhecer a marca”,
detalha, referindo-se às gráficas na Polónia e no Reino Unido com quem a Majora
vai trabalhar para produzir os jogos.
O fundo de investimento Edge Ventures, holding do The Edge
Group, comprou ao Montepio as 13 marcas da empresa de brinquedos no final do
ano passado. Um processo judicial interposto por um antigo trabalhador (e que
avançou para uma penhora) atrasou a passagem de propriedade das marcas. Só
depois de resolvida a questão, foi possível registar o nome e avançar para o
relançamento do negócio, para o qual o grupo de José Luís Pinto Basto tem
previsto um investimento e global de um milhão de euros.
Enquanto não abre um museu para mostrar todo o espólio da
marca (previsto para 2018), o Edge Group vai organizar uma exposição em Lisboa
onde, a partir de 7 de Junho, será possível revisitar os 70 anos da Majora.
Recorde-se que foi pioneira em Portugal na produção de brinquedos e, da sua
fábrica no Porto, saíram os primeiros jogos didáticos como os cubos da
Carochinha, o Rapa o Tacho ou a Roda da Sorte.
O The Edge Group é composto por um conjunto de holdings de
investimento e capital de risco, lideradas por José Luís Pinto Basto, e
controla marcas como a Labrador ou os ginásios Fitness Hut.
Fonte: Público
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